Vieram no meu quarto hoje me dizer pra não me matar.
Eu estava na janela do 17° andar do Hotel Regente Hills, com uma garrafa de conhaque na mão e um ultimo cigarro.
''-Senhor Gustavo! Abra a porta ou teremos que arrombar!!''
Não entendo os homens, é como se eu nem fosse um deles.
Talvez ser alheio a tudo, todos e até a mim mesmo seja uma dádiva concedida pelo velho deus, cansado de criar marionetes bobas e sensíveis.
Não entendo essa questão de acharem que o viver e ter controle sobre a sua vida conectada a do outro é essencial.
Eu diria até que, o egoísmo da minha morte, não é meu por deixar pra traz mãe, irmãos e amigos. O egoísmo é deles. Esses sugadores de amor..
E o pior é que eu os amo.
E os sugo de amor também.
Muito amor.
Talvez seja por isso que eu tenha voltado pra cama.
Talvez seja só a noite que estava fria demais pra morrer.
Esse amor que calienta nossas almas e nos mantem conectados uns aos outros é o que nos transforma em seres humanos.
Somos regidos por esse egoísmo.
Eu disse somos.
Pois voltei por eles e esse bendito amor.
Se fosse só por mim (...)
(Gus)
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